terça-feira, 29 de março de 2016

Sexo oral sem camisinha: como realizar de forma segura?


Antes de mais nada precisamos deixar claro: como raramente o sexo oral ocorre isoladamente, é muito difícil realizar estudos científicos grandes e confiáveis que nos forneçam informações precisas sobre os riscos que envolvem o sexo oral. Por isso há informações e opiniões conflitantes de especialistas. Porém, mesmo diante dessas dificuldades, alguns pontos são quase que universalmente aceitos no meio médico. Então vamos citar alguns:

- O sexo oral, comparado ao vaginal e anal, apresenta risco imensamente menor de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, embora não tenhamos dados estatísticos confiáveis para, por exemplo, estabelecer a probabilidade de transmitir uma doença por essa via sexual.

- Baseados em estudos em pacientes HIV positivos com tratamento adequado (com níveis de células de defesa CD4 altos e carga viral – HIV indetectável), podemos dizer que É POSSÍVEL que a taxa de transmissão do vírus no sexo oral seja zero. De qualquer forma, quando o paciente está com carga viral indetectável (que é o objetivo de todo tratamento contra HIV) o risco de transmitir a doença por essa via é, no mínimo, baixíssimo.

- Embora os Herpes virus sejam, na maioria das vezes, diferentes quando afetam a boca e os órgãos genitais, o sexo oral pode sim gerar uma transmissão da doença, caso um dos parceiros estejam com lesões ativas (se a doença não está ativa, não há risco). Ou seja, se você tem lesões aparentes de herpes labial, não realize sexo oral no parceiro sem uso de adequada proteção, pois pode passar esse vírus para a genitália. Se você tem lesões genitais de herpes, igualmente não realize sexo oral sem proteção, pois poderá passar o vírus para os lábios do parceiro.

DICAS PARA UM SEXO ORAL SEGURO:
     O sexo oral, comparado ao sexo anal e vaginal, apresenta menor risco de transmissão de doenças. Não temos como precisar, mas provavelmente o risco é praticamente zero quando a pessoa não tem uma doença sexualmente transmissível em fase aguda. Sendo assim, se não há nenhum sinal ou sintoma de corrimento, de lesões na região genital ou de lesões nos lábios ou na cavidade oral é considerada uma forma segura de relação sexual.

     E doenças como HIV ou hepatite B, que não causam diretamente lesões genitais? É o mesmo caso: se há doença ativa, com grande quantidade de vírus circulando no corpo da pessoa infectada, não temos como precisar o risco de transmissão via sexo oral, mas, ao que parece, se há um risco, é muito pequeno.

     Sejamos sinceros: a única escolha que lhe garantirá 100% de proteção contra todo tipo de infecção ou contaminação é a abstinência (não fazer sexo). Porém, na vida real, sabemos que é uma forma prazerosa de relação sexual e que não há necessidade de abrir mão dela. O que podemos fazer é buscar sempre uma adequada proteção, que dependerá do contexto de cada um:

- O ideal seria que os parceiros fossem submetidos previamente a uma consulta médica, com a realização de vários exames clínicos (para analisar o risco de possuir uma doença infecciosa, como Gonorreia, Herpes genital ou infecção por Clamídia) e laboratoriais (como testes para HIV, Hepatites B e C, Sífilis). Vacinação (lembrando que não são gratuitas para o público geral) contra Hepatite B e os principais tipos de HPV também seriam boas medidas de prevenção. Uma vez que os exames realizados não apresentassem alterações, todos poderiam desfrutar melhor do sexo oral (e até vaginal ou anal), realizando tudo com segurança e sem receio, o que tornaria o sexo mais intenso e prazeroso. Porém, um cuidado deve ser tomado: se o parceiro é promíscuo (não no sentido moral do termo e sim de possuir vários parceiros em pequeno intervalo de tempo), realizando sexo sem proteção, um resultado normal de um exame hoje não significa que daqui algumas semanas ele continuará assim. Ele pode estar saudável hoje e ser contaminado amanhã. Portanto, não basta o exame, tem que haver confiança no parceiro, com a convicção de que ele está se cuidando em eventuais outras relações. Mas se tudo isso estiver ok, fique a vontade para realizar sexo oral sem medo, sem receio de “gozar na boca” e de engolir o esperma ou a secreção vaginal.

- Se você vai realizar um sexo oral em um parceiro desconhecido uma medida segura é usar camisinha (no caso de sexo boca-pênis). Pode optar, para ficar mais agradável, pelos preservativos aromatizados, que ajudam a disfarçar o gosto do látex do preservativo. Outra opção, tornando mais agradável para o rapaz, é usar camisinhas extra-finas (ultra-sensíveis), que dão uma maior sensibilidade ao pênis. Se quiser melhorar ainda mais, pode colocar um pouco de gel lubrificante na glande (cabeça) do pênis do rapas e só depois colocar a camisinha. Na hora de chupar, ela deslizará, tornando o sexo oral mais agradável. Para sexo oral nas mulheres há, em sex shops, protetores específicos para sexo oral, que fornecem uma proteção (não muito eficaz) para a língua e gengiva. Outras opções mais simples, é fazer sexo oral sobre um plástico filme ou uma camisinha masculina cortada ao meio.

- O sexo oral é considerado relativamente seguro, em qualquer situação (a menos que haja corrimentos ou lesões visíveis genitais. E a não ser que haja lesões na cavidade oral, como gengivite, cortes ou aftas). E se a isso somar outras condutas ou características (como não realizando sexo oral sem proteção em desconhecidos ou em pessoas sabidamente excessivamente promíscuas), torna-se, além de prazeroso, seguro.

- Não realize sexo oral se houver qualquer corrimento anormal ou lesão na vulva/vagina/ pênis/saco escrotal. Procure (ou peça para seu parceiro, se a doença estiver nele) um médico para uma avaliação, tratamento e aconselhamento antes da relação sexual. Se for realizar, use camisinha. Mas tenha em mente: dependendo do local da lesão, a camisinha não oferecerá proteção suficiente.

- Além da questão da presença de lesões genitais, tome outro cuidado: Se você estiver com lesões na cavidade oral ou nos lábios, também não “caia de boca entre as pernas do parceiro” sem preservativo, pois haverá uma porta de entrada que poderá facilitar a entrada de algum micro-organismo que possa estar presente nas secreções genitais da pessoa.

- Outra dica: caso vá realizar o sexo oral e sem camisinha, não conhecendo bem o parceiro, pode tomar um cuidado de não engolir o esperma. E mais: pode pedir para que ele ejacule fora da sua boca.

Obs: Não ache que todo corrimento é anormal. Mulheres podem ter um corrimento normal durante todo o tempo, principalmente na época da ovulação. Se o corrimento não tiver odor desagradável e tiver aspecto transparente ou leitoso, em pequena quantidade, pode ser normal. Quase toda mulher apresenta. Na dúvida, procure um médico. O mesmo vale para os homens, que, quando excitados (mesmo que não haja ainda a ereção), liberam pela uretra um corrimento transparente, sem cheiro, mucoso e lubrificante.

CONCLUSÃO:
A lição aqui é: se vai realizar sexo oral em uma pessoa que não tem nenhum corrimento anormal ou lesão na região genital e se você não tem nenhuma lesão nos lábios ou na boca, pode “cair de boca” sem medo. Caso haja alguma alteração visível, se for fazer sexo oral, use preservativos. E na dúvida, procure orientação médica. Sexo é bom, mas sempre deve ser feito com segurança e responsabilidade.
- Autoria: Blog Cristã, sim; gostosa e liberal, também

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