Uma fantasia sexual que vem conquistando muitos adeptos nos últimos anos é o Cuckold ou Cuckolding. Esse fetiche consiste no desejo do marido sentir prazer em liberar sua esposa, namorada ou noiva para fazer sexo com outros homens (ou mulheres, caso ela deseje). Para quem ouve isso pela primeira vez pode parecer absurdo, mas um número muito grande de homens tem essa fantasia, embora não sejam muitos que assumam e expressam isso a suas companheiras. Mulher cuckold (ela desejando que seu marido faça sexo com outras) também existe, embora na prática seja muito mais raro encontrar, por isso trato aqui como se fosse uma fantasia masculina.
Talvez você conheça alguém considerado “corno manso”. É um nome popular e brasileiro para o Cuckold, que recebe esse nome baseado no pássaro “cuco”. A fêmea desse animal sairia do ninho regularmente, gritando “cucoooo”, atraindo pássaros machos para cruzamento. A esposa liberada, que transa com outros homens fora do casamento é a “corneadora” ou “Hotwife”. O homem que faz sexo com a esposa do “corno” é chamado de “macho”, de “comedor” ou “dominador”. Importante é dizer que não há nada de transtorno mental ou psiquiátrico nisso.
Há vários tipos de cuckold e cada casal deve decidir o que desejam no relacionamento e qual tipo mais se enquadra no perfil deles:
- Machos fixos: o casal escolhe poucos parceiros para a esposa, desenvolvendo com cada um deles uma relação mais próxima, transando com certa frequência, muitas vezes tornando-se (quando ainda não são) até amigos da família. A desvantagem é que essas pessoas precisam ser muito confiáveis caso o casal deseje discrição e que esse estilo de vida não se torne público, além de ter que haver maturidade de todos para que não surjam sentimentos além de amizade nessa relação (pois amor de marido e esposa só deve ocorrer entre o casal original). A vantagem é que, por ser um “sexo estável” com essas poucas pessoas, com o tempo, caso sintam segurança e confiança para isso, podem todos os envolvidos realizar exames médicos periódicos, para garantir que ninguém tenha nenhuma doença sexualmente transmissível e então transarem com mais liberdade, até mesmo sem preservativos, pois o “comedor” será quase um “segundo marido” (mas sem sentimento de esposo envolvido). Mas cuidado com gravidez e só faça isso com exames recentes e se confiar que esse parceiro não transa com outras pessoas sem proteção. Outra vantagem é que por serem tão próximos, a esposa poderá sair com esse “amigo”, se encontrarem sempre (não só para sexo), trocarem favores e serem realmente como “melhores amigos, com o diferencial de transarem quando desejam”. É como um “amante com consentimento do marido”.
- Machos variados: o casal decide que não desejam vínculo com nenhum parceiro. Então procuram clubes liberais (como “casas de swing”), encontram um parceiro atraente para transar com a esposa e depois do sexo vão embora sem deixar nenhum contato. As desvantagens é que a mulher precisa aprender a se entregar a um estranho, além de ficar limitada durante a transa e ter que tomar ainda mais cuidados para realizar um sexo seguro. Também há limitação de local, pois não pode sair com um estranho em um lugar que não seja seguro. As vantagens é que o casal tem mais segurança para manter o anonimato, não precisam ficar procurando ou fugindo do “comedor” e não precisam ficar se preocupando com contatos frequentes para manter a “amizade colorida” como no primeiro caso.
Mas não importa qual dessas duas escolhas o casal faça (se arrumarão poucos ou muitos parceiros), no cuckolding a esposa hotwife pode transar só com uma pessoa ou com várias ao mesmo tempo. O marido também poderá ter vários papéis, de acordo com a preferência do casal:
- Cuckold distante: a esposa liberada transa com outros e não diz nada ao marido. Ele apenas imagina que ela está “se divertindo”, mas ela não conta; outra opção é quando a esposa chega em casa e conta tudo ao marido o que fez com outros homens, em detalhes. Ele se excita com isso e geralmente esse relato ocorre antes ou enquanto praticam uma deliciosa transa. O “comedor” pode ou não saber que o marido dela é cuckold (corno manso, que a liberou), dependendo do que o casal decide contar.
- Cuckold voyeur: a esposa transa com outros enquanto o marido só assiste a cena, se masturbando ou filmando/fotografando o ato. O corno não participa em nenhum momento do sexo.
- Cuckold apoiador: enquanto a esposa está transando com o outro, o marido segura as mãos dela, ajuda a colocá-la em diferentes posições, apoia parte do corpo dela para facilitar o trabalho do “macho” ou a beija e dá carinho enquanto o comedor “trabalha”.
- Cuckold participativo: o marido e o “macho” transarão com a esposa. No caso da esposa estar transando com apenas um “comedor”, quando transam ao mesmo tempo com ela, ocorre um tipo de “ménage a trois” (sexo a três), com a diferença que aqui o objetivo principal é o comedor transar com ela e o marido será apenas um “algo a mais”. Outras vezes o marido começa a transa e o macho continua o serviço; em outras ocasiões o macho faz o trabalho todo e só quando termina o marido transa com a esposa.
- Cuckold masoquista: normalmente ocorre quando o marido cuckold é submisso à esposa (que geralmente é dominadora, mandona). Enquanto ela transa com o comedor, eles humilham o marido (como zombando do tamanho do pênis ou da performance sexual dele). Algumas vezes, geralmente quando o casal é adepto do sadomasoquismo, a esposa e o macho humilham o esposo também com ordens ou atos, como mandando-o limpar a esposa após o sexo, amarrando-o ou fazendo ele servir uma refeição aos dois que estão transando. E todos sentem prazer com isso.
- Cuckold bissexual: quando o marido é bissexual, o macho comedor transa com a esposa e com o marido.
Não confunda o Cuckold com Voyeur, pois o Cuckold é um tipo específico de voyeur. Este último sente tesão em observar cenas eróticas (ou relações sexuais) envolvendo qualquer pessoa, enquanto o “corno manso” tem tesão em ver sua companheira sendo satisfeita sexualmente com outras pessoas (ou pelo menos em ficar sabendo disso). O prazer do cuckold é saber que “sua fêmea” está tendo prazer nos braços de outro. De certa forma é também um certo prazer no “ciúme”. O cuckold sente ainda orgulho de ser o corno da sua amada. Ele acaba sendo um cavalheiro, uma pessoa que faz de tudo por ela, inclusive dando a ela prazeres sexuais que ele sozinho não conseguiria oferecer. Cada homem se destaca em algo na cama e o cuckold tem o desejo de proporcionar o melhor de cada homem à sua esposa, para que ela tenha o melhor de cada um.
Se você é homem, seja sincero e pare pra imaginar sua esposa transando com outro cara. Você talvez fique enciumado, mas consegue reconhecer lá no fundo uma pitada de tesão por ver ou saber que sua mulher está sendo desejada e recebendo muito prazer de outra pessoa? Se ficou interessado, você é um cuckold, pelo menos no desejo. Se acha que não tem esse desejo, imagine então você transando com aquela mulher casada (ou noiva, ou que namora) e o marido dela aprovando ou até presenciando essa cena? Gostou? Então você é um “comedor”, “dominador”, mesmo que seja só no desejo. Se você é mulher, tenha a mesma sinceridade e imagine você transando com outro homem e seu marido sabendo disso e aprovando ou até assistindo com prazer você se deliciando com outro “macho”. Seja sincera, vai dizer que não tem um desejo lá no fundo de experimentar? Se tem, você gostaria de por em prática seu lado “hotwife”. Provavelmente um desses três personagens (“corno”, esposa liberada e “macho comedor”) existe dentro de você. É só deixar seus preconceitos, moralismos e medos de lado e pensar nisso com sinceridade para encontrar formas de colocar em prática.
O problema é que nossa sociedade é falsamente moralista e com isso crescemos aprendendo que isso é errado, que é pecado e que a esposa só pode fazer sexo com o marido. Aí o marido reprime esse fetiche (vira um corno enrustido), pois acha que é algo imoral, pecaminoso e que ser corno é algo vergonhoso. A mulher também faz essa repressão, pois acha a mesma coisa e acha que sexo fora do casamento, mesmo com a aprovação do marido, é traição ou infidelidade. Ela até desejaria ser livre para transar com aquele homem gostoso que fica olhando pra ela, mas como é casada, coloca na mente que não pode. Isso gera no casal uma hipocrisia, pois apenas estão reprimindo seus desejos por falsos moralismos, coisa que alguns dizem não existir em algumas culturas, como a dos esquimós, que ofereceriam suas esposas aos viajantes que chegam como visitas em suas casas (iglus).
O estilo de vida Cuckolding não significa que o marido não tenha ou não seja capaz de dar prazer quando transa com a mulher. Pelo contrário, o sexo que envolve apenas os dois geralmente é maravilhoso e a participação de outras pessoas é apenas para apimentar e aprofundar a relação e para que realizem seus fetiches, usufruindo ao máximo do prazer sexual, em suas mais variadas formas. Também não significa que o marido não ame a mulher. Na maioria das vezes é o marido que diz à esposa que desejaria ser um cuckold. Então ela no início geralmente fica confusa, achando que o esposo não a ama mais, que está querendo empurrá-la para outro, que está querendo que ela se interesse por outro cara para deixá-la. Só quando ela entende esse fetiche e percebe que o marido a ama muito e confia no amor dela, a ponto de não temer perdê-la mesmo liberando ela para transar com outros, é que ela começa a pensar a respeito. Quando ela supera esse medo de perder o marido e quando ela se livra do medo religioso (de ser “pecado” ou adultério) e moral ela passa a se entregar, buscando sempre satisfazer seus desejos, pois ela não estará traindo o marido em nenhum momento. Mas a esposa precisa desejar esse estilo de vida livre, pois se ela fizer apenas para agradar o esposo, não será prazeroso a ela e provavelmente isso não acabará bem. Se o casal também estiver com algum conflito no casamento, precisa resolver antes de iniciar no cuckolding, pois isso poderá virar uma bola de neve, gerando brigas, inveja e ciúmes.
Se você, mulher, tem desejo de transar com outros homens, porém não deseja trair seu marido (e faz muito bem em pensar assim), procure começar a fazer com que isso se torne possível. Assuma seus desejos, incorpore “fêmea insaciável” que existe em você! Homem, se você deseja transar com as esposas liberadas pelos maridos corninhos, fique atento para encontrá-las, seja educado, atraente, asseado e desperte nelas o desejo de se entregarem aos seus encantos. Kkkkk. E finalmente, homem, se você é um corno (só ter o desejo de que sua companheira dê para outros já faz de você um corno), lute para colocar em prática seu desejo, sempre tendo em mente que sua esposa tem que concordar e ter muito prazer, pois ela é o foco do fetiche. Não tenha dúvidas que o amor do casal só aumentará e o relacionamento melhorará, intensificando a cumplicidade entre vocês, pois o marido estará tendo seu fetiche realizado e a esposa estará descobrindo, graças a ele, que ela pode usufruir de muitos outros tipos de prazeres sexuais. Ela vai adorar a sensação de liberdade e de poder deixar fluir todos seus desejos por quem ela quiser, onde quiser, quando quiser, sem nenhum sentimento de culpa.
Assuma cada um seu papel no estilo de vida cuckolding (marido cuckold, macho comedor ou esposa hotwife) e vamos aproveitar a vida. Assim não há espaço para traição e todos os seus desejos sexuais poderão ser realizados. Sempre com responsabilidade e amor ao próximo. E não esqueçam a camisinha!
- Texto de Jeisiane (moderadora do Blog Cristã, sim; gostosa e liberal, também!)